Após registrar um breve período de valorização durante a manhã, o dólar comercial voltou a cair na tarde desta segunda-feira (3/2) e fechou em queda de 0,38%, cotado a R$ 5,81.
É o 11º pregão consecutivo em que a moeda norte-americana encerra em queda, no primeiro dia de operações do mercado em fevereiro. No mês anterior, o real foi a 2ª moeda que mais se valorizou ante o dólar no mundo, atrás apenas do rublo russo.
O movimento foi na direção contrária à média de outras principais divisas do mundo, visto que o Índice DXY, que realiza essa medição, encerrou o dia em alta de 0,54%.
Na avaliação de especialistas do mercado financeiro, a moeda brasileira foi beneficiada com o acordo entre o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e a presidente do México, Claudia Sheinbaum, para adiar a aplicação da taxa de 25% em produtos mexicanos importados pelos EUA.
O analista da Ouro Preto Investimentos Bruno Komura acredita que o real deve se beneficiar ainda mais dessa distensão temporária dos EUA com outros países, enquanto perdurar. No curto prazo, o especialista acredita que a moeda brasileira deve permanecer em um patamar próximo a R$ 5,80 ou, até mesmo, chegar a R$ 5,70.
Apesar disso, o dólar deve voltar a ganhar força assim que as medidas adotadas por Trump se tornarem mais concretas no âmbito internacional.
“Além disso, quando a gente coloca em consideração todos os fatores locais, eu acho que não dá para se sustentar nesse patamar mais baixo e provavelmente o câmbio voltaria para R$ 6. Então, eu acredito que continue caindo, continue nessa toada de real ganhando força contra o dólar, mas eu acho que não se sustenta (a longo prazo)”, considera o analista.
Para o sócio da Vokin Investimentos Guilherme Macêdo, o movimento de queda do dólar ante o real desde o início do ano pode ser observado como uma reprecificação do mercado após uma valorização muito abrupta da moeda norte-americana em dezembro de 2024.
Essa percepção ganhou força após o resultado da Dívida Bruta do Governo Geral (DBGG) ter ficado menor do que a esperada por parte dos agentes do mercado. “Isso também fez com que o sentimento mais pessimista de dezembro perdesse um pouco de força”, destaca o especialista.
Apesar da valorização do real, o Índice da Bolsa de Valores de São Paulo (Ibovespa/B3) encerrou em leve queda de 0,13%, aos 125.970 pontos. As ações que mais contribuíram para esse movimento no primeiro dia da semana foram as da Ambev (ABMB3), que caíram 4,77%, além da empresa de tecnologia WEG (WEGE3), que teve baixa de 2,40%.