O presidente Luiz Inácio Lula da Silva defendeu nesta quarta-feira (6/3) que o acordo comercial entre Mercosul e União Europeia “não regrediu”, e que o Brasil está pronto para assinar o tratado. O petista discutiu o tema em reunião com o presidente de Governo da Espanha, Pedro Sánchez.
Já sobre os entraves ao acordo, especialmente por parte do governo da França, Lula contou que foi informado que o voto contrário do país não impede a conclusão. Os dois blocos tentam firmar o pacto comercial há mais de duas décadas.
“Nós não voltamos atrás. Nunca avançamos tanto quanto estamos avançando. Dificuldades que haviam foram acertadas com a União Europeia. Nós hoje estamos prontos para assinar o acordo”, respondeu Lula ao ser questionado sobre o tema durante coletiva de imprensa, logo após o encontro com Sánchez, no Palácio do Planalto.
O tratado com a UE estava na pauta da reunião entre os dois chefes, junto com temas bilaterais, bem como guerras em andamento no mundo e reforma da governança global. A Espanha é favorável ao acerto. No ano passado, o país estava na presidência da União Europeia, assim como o Brasil ocupava a do Mercosul. Lula lamentou que as negociações não foram concluídas nesse período, mas ainda se disse otimista.
O governo de Emmanuel Macron, da França, é contrário ao acordo. Ele pede exigências mais duras aos países latino-americanos na área ambiental e a permissão para que empresas europeias participem de licitações do governo federal.
Questionado sobre a oposição francesa, Lula afirmou que “não é de hoje” que o país toma medidas protecionistas para seus agricultoras. “Qual é a minha tranquilidade? Segundo minhas informações, a União Europeia não depende do voto da França. A União Europeia tem uma procuração para fazer o acordo. A França pode não gostar, paciência”, respondeu Lula.
O brasileiro também defendeu que a Europa precisa do acordo. Sobre o mesmo tema, Sánchez respondeu que a Espanha apoia o pacto e trabalha junto com o Brasil para que ele seja firmado. Nenhum dos dois, porém, deu uma data sobre quando as negociações devem chegar ao final. No ano passado, Lula chegou a dizer que o acordo não mais ocorreria caso não fosse fechado em 2023.
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