Delegar tarefas de gerenciamento traz diversos benefícios estratégicos para uma empresa: aumento de eficiência; desenvolvimento de habilidades; melhora do moral e engajamento; diversificação de ideias e soluções; e continuidade operacional. Ainda, a delegação permite que os gestores pensem estrategicamente no negócio, com uma visão de longo prazo, enquanto a equipe se concentra nas tarefas operacionais diárias, resultando em maior eficiência.
Essa prática também proporciona oportunidades de crescimento e desenvolvimento para os membros da equipe, que aprimoram novas habilidades para gerenciar as tarefas delegadas, mas não apenas isso: a delegação ajuda a criar uma estrutura organizacional resiliente, garantindo que a empresa continue operando eficientemente, mesmo na ausência de uma pessoa-chave. Além disso, também evita a dependência excessiva de um único indivíduo e assegura a continuidade dos negócios.
Com tarefas bem estipuladas e uma equipe mais engajada, é possível aumentar o bem-estar no ambiente de trabalho, uma das maiores preocupações de gestores desde o advento da pandemia da COVID-19. Segundo a Pesquisa Global de Bem-Estar 2022-2023, da Aon plc, 89% das empresas brasileiras que participaram do levantamento disseram priorizar estratégias de bem-estar dos colaboradores – um número que supera a média não só da América Latina, mas também a global (ambas em 83%).
Aprendendo antes da prática
No meu negócio, por exemplo, frequentemente passo quase 20 dias viajando. Mesmo assim, todos sabem exatamente o que fazer e como proceder caso algo dê errado, graças a uma comunicação transparente e bem alinhada. Não há espaço para mal-entendidos; a transparência é total, e todos os problemas ou acertos são abordados diretamente e sem rodeios.
Isso só é possível devido ao processo de treinamento, identificação de perfis, capacitação e alocação das pessoas certas nos lugares certos. Treinamos líderes, identificamos se as pessoas têm perfil de liderança e as capacitamos adequadamente. Nem sempre um bom vendedor será um bom gestor, e é crucial reconhecer e respeitar essas diferenças ao delegar responsabilidades.
Um dos maiores desafios que os gestores enfrentam ao delegar é a falta de confiança no time. Para superar essa dificuldade, é essencial investir constantemente em treinamento e capacitação, desenvolvendo as habilidades dos membros da equipe – e, para isso, compartilho as dicas a seguir.
1. Estabeleça uma cultura de delegação estratégica
Delegar tarefas de gerenciamento não apenas libera tempo para visões estratégicas, mas também promove o desenvolvimento da equipe e diversificação de ideias. Iniciar com delegações menores e aumentar gradualmente a responsabilidade constrói confiança mútua entre gestores e equipe.
Defina critérios claros para delegar tarefas operacionais e garantir que os responsáveis tenham as habilidades necessárias (Imagem: Matej Kastelic | Shutterstock)
2. Defina critérios claros
Decida quais tarefas delegar com base na capacidade de ensinar a tarefa e manter a confiança no resultado, e garanta que os responsáveis possuam as habilidades necessárias para execução eficaz. Tarefas operacionais são ideais para delegação, enquanto aquelas estratégicas ou que exigem expertise específica devem ser mantidas.
3. Comunique expectativas e forneça suporte adequado
Mantenha uma comunicação clara sobre expectativas, prazos e critérios de execução. Ofereça suporte contínuo e feedback regular para resolver problemas e ajustar o curso conforme necessário. Lembre-se de que, mesmo delegando a tarefa, a responsabilidade pelo resultado continua com o gestor.
4. Desenvolva colaboradores para delegação
Prepare colaboradores com conhecimento técnico, habilidades de liderança e resolução de problemas, além de um alinhamento comportamental com os valores da empresa. Comunique claramente suas responsabilidades e avalie seu desempenho regularmente.
5. Monitore e ajuste regularmente
Estabeleça processos documentados, treinamentos cruzados e planos de contingência para emergências. Realize reuniões de acompanhamento com feedback específico para manter o progresso alinhado com as expectativas e incentive uma cultura de autonomia e responsabilidade, reconhecendo e recompensando esforços individuais.
Em suma, o critério para identificar as tarefas que devem ser delegadas é simples: repassar apenas aquilo que outras pessoas podem fazer; isto é, se você consegue ensiná-las uma tarefa e confia que elas podem executá-la com competência. No entanto, se for algo muito estratégico e crucial para a empresa ou envolva informações sensíveis, mesmo que os colaboradores tenham habilidade para lidar com a função, não arrisque – afinal, o resultado, positivo ou negativo, continua sendo do líder.
Por Natal Pinto
Fundador e CEO da InMerc Escola de Negócios, CEO da VDPrev Advocacia e profissional com 20 anos de experiência em liderança.
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