O nome é uma homenagem à Rainha do Rock — que morreu no dia 8 de maio do ano passado, aos 75 anos. O novo espaço fica na Barra Olímpica, o recém-criado e 166º bairro da cidade, na Zona Oeste do Rio. No Parque Rita Lee, que ganha inauguração hoje, há lugar para todos os públicos. A alameda que, até então, conectava as arenas e o Parque Olímpico, passou por obras nos seus 136 mil metros quadrados para se transformar em um equipamento urbano onde esporte e lazer se reúnem. O lugar agora é fechado, terá uma entrada única, e ficará aberto ao público de terça-feira a domingo, das 6h às 22h (fecha às segundas-feiras para manutenção). O projeto custou R$ 36 milhões e é apontado como um legado da Olimpíada do Rio.
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Na foto, Luciano Farias, skatista master e dono da firma que fez o Skate Park. — Foto: Fábio Rossi / Agência O Globo
— Essa parte da cidade tem uma superoferta de parques naturais. Tem o Bosque da Barra, o Parque Natural Municipal Chico Mendes, o Nelson Mandela, o da Pedra Branca. O parque urbano Rita Lee é uma infraestrutura diferente. É uma novidade na região — diz o secretário municipal da Casa Civil, Eduardo Cavaliere.
O novo local, antes chamado de Boulevard Olímpico, é um convite às atividades ao ar livre. Para levar mais frescor ao ambiente, foram plantados 1.100 árvores e 70 mil arbustos no bosque, nas praças e perto dos equipamentos. Outras medidas também foram adotadas para ajudar a aliviar as altas temperaturas, a exemplo da pintura com tintas especiais, que absorvem menos calor, da cobertura de pergolados e da praça molhada.
Ações como essas colocaram o projeto do parque entre os finalistas do World Green City Awards 2024, realizado pela Associação Internacional de Produtores Hortícolas (AIPH), premiação internacional que destaca projetos de cidades que desenvolvem ações relacionadas ao meio ambiente e à sustentabilidade urbana. O novo parque concorre na categoria Viver Verde para Infraestrutura Urbana e Habitabilidade (Living Green for Urban Infrastructure and Liveability). O resultado será revelado no Future Green City World Congress, em Utrecht, na Holanda, em 25 de setembro.
Fácil acesso pelo brt
O endereço do Parque Rita Lee é conhecido de cariocas e turistas. O novo point dá nome à região que conecta as principais áreas do Parque Olímpico, como as arenas e o Ginásio Educacional Olímpico (GEO) Isabel Salgado, inaugurado este ano a partir da transformação de uma instalação olímpica em escola pública. Esta área recebeu os Jogos de 2016 e foi sede do Rock in Rio em 2020 e 2022 — na edição deste ano, o festival será realizado na área ao lado.
— A entrada é próxima a uma estação do BRT. É uma região completamente transformada pelo processo da Olimpíada. Esperamos não só a população do entorno, mas das áreas dos corredores Trancarioca, Transoeste e Transolímpico, que se cruzam no BRT. Essa possibilidade de mobilidade e espaço de lazer tem a ver com legado olímpico — explica o secretário.
Nos moldes do já conhecido Parque Madureira, na Zona Norte, o Rita Lee tem diferentes opções, como um muro de escalada de 120 metros e quadra de basquete 3×3. A extensa área foi dividida em seis setores. Logo na entrada, a Praça de Chegada tem duas quadras poliesportivas. Já o Parque Linear conecta todas as divisões com um espaço de caminhada, áreas de descanso e praças. O Parque Urbano concentra áreas de lazer e esporte, como o skate park, que passou por reformas. Futuramente, o espaço terá agenda de atividades, com aulas de diferentes modalidades esportivas. Com a devida autorização, eventos também poderão ser realizados.
— Também sou frequentador da Praça do Ó, na Barra, e acho que aqui no parque estamos com a melhor pista do Rio — afirma Luciano Farias, skatista, CEO e projetista da Perfect Ramps, empresa responsável pelo projeto no Parque Rita Lee. — Aqui vai ter foco para a galera treinar, fazer imagens e se preparar para campeonatos. A Praça do Ó é de competição, todos os pontos são com rampas. Aqui retorna ao skate raiz, que é o de rua, e simula uma praça, uma modalidade mais livre.
Cinco parques
Presidente da Associação de Moradores do Villas da Barra, condomínio que reúne 12 mil moradores, Luciano Dias comemora. Segundo ele, “o parque vai ser um sonho para os moradores”:
— É uma área imensa, que tem estrutura para ser uma referência de lazer, assim como é o Ibirapuera, em São Paulo, e o Parque da Cidade, em Brasília. Aqui tem a possibilidade de um parque bem bacana e diversificado. É como se fosse a realização de um sonho.
Este é o primeiro de cinco parques planejados pela prefeitura do Rio. Os próximos, com inauguração ainda sem data, serão o Susana Naspolini (Realengo), o Pavuna, a primeira etapa do Oeste (Inhoaíba) e a primeira fase do Piedade.
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