Investir numa franquia é uma opção para muitas pessoas que sonham em ter seu próprio negócio, mas não têm experiência ou segurança para embarcar num vôo solo. Dentre as vantagens da franquia estão o suporte que o franqueado recebe do franqueador e a possibilidade de empreender com uma marca já mais consolidada.
No entanto, nem tudo são flores. Da mesma forma que existem muitas razões para você colocar seu dinheiro numa franquia, existem outros tantos motivos para você não fazer esse investimento.
Em geral, os motivos de alerta estão ligados a expectativas equivocadas por parte do empreendedor ou ainda por falhas no próprio sistema da franquia. Outra razão para frustrações é a avaliação errônea do seu bpróprio perfil comoempreendedor.
Veja a seguir sete motivos para você não investir numa franquia:
1 – Se você quer mandar totalmente no negócio
Entrar numa franquia significa seguir as regras daquela rede e trabalhar dentro de um modelo já estruturado. Portanto, pode ser um mau negócio, caso você tenha a intenção de fazer tudo do seu jeito.
“Se o candidato é muito empreendedor, ou é indisciplinado com regras, ele vai ter dificuldades com a franquia. Apesar de hoje as redes incentivarem a colaboração dos franqueados, ele não poderá tomar certas decisões sem autorização. Portanto, é preciso fazer uma autoavaliação”, aconselha a consultora em franquias Claudia Bittencourt.
2 – Se você não tem dinheiro suficiente
Essa é uma questão fundamental. Para abrir uma franquia, não basta apenas ter o dinheiro exigido pelo franqueador como investimento inicial.
“Se a franquia pede R$ 200 mil de investimento inicial, não adianta achar que você vai resolver o problema com essa quantia. Tem que ter mais, é preciso pensar também no capital de giro”, explica Melitha Prado, advogada especializada em franchising.
Para saber quanto tempo o negócio vai demorar para se sustentar, vale conversar com o franqueador e outros franqueados. “O empreendedor vai precisar sustentar esse negócio até que ele atinja o ponto de equilíbrio. Se ele não tem recurso suficiente é melhor não ir por esse caminho, ou buscar um parceiro”, completa Claudia Bittencourt.
3 – Se você quer trabalhar pouco
É comum as pessoas pensarem em montar uma franquia para ter um dinheiro extra, esperando trabalhar pouco. No entanto, esse é um pensamento perigoso, que pode gerar frustrações.
“Numa franquia, em geral, o empreendedor precisa trabalhar muito. Ele não pode investir pensando que vai acompanhar só nos fins de semana, ou à noite depois do expediente. Se você tem intenção de apenas investir, é melhor não entrar numa franquia. Pois você será cobrado por resultados, e esses resultados exigem que você esteja próximo do negócio”, afirma Claudia.
4 – Se você escolhe um setor com o qual não se identifica
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“É importante que o empreendedor faça uma autoavaliação e entenda o que ele gosta de fazer, para que entre num negócio que o faça feliz”, afirma Claudia. Uma forma de verificar sua afinidade é busca a ajuda de um coach. Outro jeito é observar seus gostos.
A advogada Melitha Prado usa suas próprias afinidades como exemplo: “Eu, por exemplo, adoro comer pão de queijo. Mas eu não gosto de cheiro de cozinha. Odeio cozinhar. Ou seja, não tenho o perfil para ter uma franquia de pão de queijo”.
5 – Se você decide por impulso
Num momento de crise econômica e aumento do desemprego, muita gente precisa de uma solução imediata para o seu sustento. E é aí que investimentos por impulso podem acontecer.
“O que estamos vendo é um empreendedor desesperado que busca a franquia como uma opção. O problema é que, para a franquia dar certo, tem que ter planejamento, tem que conhecer o sistema, entender o que é a franchising, fazer uma reflexão para saber se tem o perfil desejado. Ninguém pode comprar uma franquia em uma semana”, alerta Melitha.
6 – Se você não estuda os números
Uma frustração comum entre franqueados despreparados diz respeito aos ganhos esperados naquele negócio. “O empreendedor deve avaliar quanto esse negócio vai gerar. Se ele está pensando em ganhar um valor, deve estar atento para saber se aquela marca está alinhada com sua expectativa. Para isso é importante fazer as contas e pedir ajuda”, afirma Claudia Bittencourt.
Outro ponto importante é conversar com o franqueador sobre os números do negócio. “O empreendedor precisa entender o modelo de negócio do franqueador, analisar o estudo de viabilidade financeira e verificar se aqueles números estão adaptados ao seu mercado. Uma coisa é uma loja em São Paulo, outra coisa é uma loja em Itu”, aconselha Melitha.
7 – Se você não faz uma avaliação do franqueador
Quando o empreendedor está interessado em abrir uma franquia, deve se preocupar em avaliar criteriosamente seu possível franqueador. Caso contrário, está sujeito a fechar negócio com alguém que será de pouca ajuda.
“Não é só o franqueador e que está escolhendo o franqueado. O franqueado também escolhe seu franqueador. Um empreendedor cauteloso procura várias marcas, faz pesquisa. Se o processo seletivo da franquia é atropelado, sem tempo para você conhecer a operação, será que você está diante de um franqueador sério?”, questiona Melitha.
Segundo a advogada, uma boa forma de conhecer melhor esse franqueador é perguntar para outros franqueados da rede sobre como é o relacionamento com ele. Outra pista é verificar se o franqueador investiga quem você é, ou seja, se ele está interessado em conhecer o seu perfil antes de fechar o negócio.
“Na crise, assim como o franqueado pode estar aflito, também existem os franqueadores desesperados, que querem vender uma franquia de qualquer jeito. É um momento de muita atenção”, alerta Melitha.
Fonte: EXAME