Como a startup de Bernardinho quer ser o Netflix da educação

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A eduK, plataforma brasileira de cursos online, nasceu em 2013 pela união dos sócios Eduardo Lima, Robson Catalan e Bernardo Rezende – o conhecido técnico de vôlei Bernardinho. Hoje, o negócio conta com 2,5 milhões de alunos, pagantes ou não. Mesmo em um contexto de recessão econômica, o negócio projeta um faturamento anual de 40 milhões de reais, contra 20 milhões de reais faturados em 2014.

Na plataforma, há mais de 500 cursos, em áreas como gastronomia, beleza e estética, moda, design e fotografia, artesanato, negócios e odontologia. A ideia do negócio é se apoiar na união de educação e entretenimento para oferecer aulas aos que querem empreender ou simplesmente se aprimorar em um hobby.

A atual crise é uma oportunidade para os serviços oferecidos pela startup, diz Bernardinho. “Em qualquer situação de desafio, preparação é fundamental. Nossas ferramentas podem ser instrumentos interessantes para sair fortalecido e ver oportunidades. A pessoa consegue, em uma época de poucos empregos, quem sabe ser um empreendedor e poder fazer sua própria história”.

A eduK se considera a maior startup educacional da América Latina, e a estratégia de expansão para 2016 é focada nesse mercado. Já há 100 cursos disponíveis em espanhol no México, o primeiro alvo internacional da empresa. Depois, a ideia é expandir para outros países da América Latina. “São locais que têm uma carência de formação de qualidade, e acreditamos que esses cursos irão gerar renda para essas pessoas”, afirma Lima.

A eduK já havia crescido de 2013 para 2014. Mas, mesmo assim, decidiu mexer no seu plano de negócios. “Em time que está ganhando tem que se mexer sim. Tem que haver uma maneira de inovar sempre, porque os diferenciais podem ser copiados de forma muito rápida”, afirma Bernardinho. “O eduK é uma referência, mas, se não buscar outras formas de se diferenciar, será ultrapassado por outros negócios”.

Os três sócios participaram de uma palestra na sede da startup para contar quais as estratégias da eduK para crescer neste ano. Veja, a seguir, as principais:

Novo modelo de negócios

A maior estratégia da eduK neste ano foi mudar sua forma de monetização. Antes, o usuário assistia aos vídeos feitos ao vivo gratuitamente e, caso quisesse vê-los em outro momento ou ter acesso a outras aulas, era preciso pagar por cada curso separadamente.

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Segundo Catalan, houve a mudança de um modelo de posse para um modelo de acesso, como ocorre em serviço como Netflix e Spotify: não comprar um produto separadamente, mas sim adquirir o acesso a tudo que está na plataforma. “A empresa que trouxer o melhor modelo ao usuário lidera, e esse modelo acaba vencendo. Queríamos fazer isso no nosso setor, e o mercado respondeu bem”, afirma. “Estamos nos posicionando como o Netflix da educação”, completa Lima.

Após dois meses com o novo modelo operando, a eduK afirma que há 50 mil assinantes do serviço. A empresa projetava ter pouco mais da metade desse valor. A maioria dos assinantes nunca havia comprado um curso individualmente, informa Catalan.

Parcerias com celebridades e empresas

Na eduK, uma tática para atrair usuários é ter cursos feitos por personalidades de cada uma das áreas do curso, trazendo ídolos para ensinar e trocar conhecimentos. Além do próprio Bernardinho, que já ministrou um curso sobretrilhar um caminho vencedor, outra celebridade é o cabeleireiro Celso Kamura, que corta os cabelos de Dilma Rousseff, por exemplo. Lima afirma que, nas próximas semanas, a startup irá anunciar a participação no eduK de “celebridades que irão da televisão para a internet”.

Outro tipo de parceria são as empresariais. Em uma campanha para o celular LG G4 (“o fetiche dos fotógrafos”), a eduK criou um curso de fotografia associado ao produto, de seis horas de duração. O curso foi assistido ao vivo por 23 mil usuários e 15 mil acessaram as aulas depois.

“Precisávamos de uma parceria, para mostrar aos consumidores as possibilidades do produto. Nós os empoderamos, convidando a explorar ao máximo o smartphone. Virou um case de campanha para a LG na Coreia”, conta Fábio Faria, gerente de marketing da LG.

Engajamento por meio de exemplos

Outra tática anunciada na palestra foi a criação do movimento “Eu que fiz”. A ideia é inspirar pessoas através do exemplo, fazendo minidocumentários de usuários que se tornaram empreendedores por meio dos cursos da plataforma. Um dos cases é o do já conhecido Aloísio di Donato, que aprendeu a fazer panetones e hoje é dono de uma casa de massas. A hashtag #euquefiz será usada para disseminar a ação pelas redes sociais.

Fonte: EXAME

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